quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Tastes Like Icy Coffee

Acordei tentando não ter muitas expectativas, porque sempre que tenho o mais positivo dos pensamentos, também tenho o fim mais doloroso. Sempre interpreto os sinais, e achei que a chuva era algo deveria simbolizar algo terrível. E francamente chuva em São Paulo sempre causa problemas.
As vezes guardo memórias como fotos, de detalhes de coisas que gosto, mas que não necessariamente são bonitas ou tem alguma relevância pra outras pessoas; Nossos coturnos tinham 3 números de diferença, enquanto andávamos juntos, eu olhava pros nossos pés e sorria, achei bonito.
Eu não consigo deixar de olhas pras pessoas ao meu redor quando estou por ai, mas dessa vez não. Fiquei só focado na situação, em nós dois andando juntos. Nunca pensei que eu conseguisse ficar tão desligado dos olhares alheios, sou muito influenciável por possíveis julgamentos que possam fazer de mim. A cada segundo, cada passo que dávamos juntos, eu tinha que ter forças contra desejos furtivos de lançar um abraço aleatório, ou talvez um beijo.
Quando sentamos no sofá da padaria, as pernas se encostaram, as mãos se procurando debaixo da mesa, os olhos se encontrando, e então o beijo. Tão macio, e com gosto de café gelado.
Não sei o que esperar, não sei o que vem agora. Queria muito que o momento se repetisse, mas realmente não sei.
Pessoas compatíveis, em situações incompatíveis.
Mas sinceramente, queria que fosse o que sempre estive esperando, o que tenho achado ser totalmente utópico.
Vamos ver quanto tempo esse sentimento de 'felicidade' vai durar. Gostaria que durasse mais do que da última vez, e que não tivesse um desfecho tão trágico.


Enfim não foi difícil superar a rejeição dessa vez, ainda penso em tudo, mas acabei encobrindo tudo com outro "relacionamento", com final mais trágico:
Eu deveria ter feito o que achei que iria acontecer lá no frans café. Cada um pro seu lado, "boa noite e tchau". Mas não, resolvi ser insistente e lançar um "quer ir pra outro lugar?" e algumas horas depois um "quer sentar do meu lado?". Hoje me sinto um idiota por ter me deixado mergulhar tão fundo nesse pesadelo. Eu queria arriscar, já que não tinha nada mesmo, já me sentia mergulhado na merda. Me lembro de nossas mãos juntas (elas tinham o mesmo tamanho), me lembro de nós dois deitados assistindo Friends. Me lembro de coisas que queria esquecer por me fazerem mal agora. Não entendo como alguém pode te exaltar tanto e depois te ignorar como se você fosse algum desconhecido inconveniente de um dia pro outro. Podia pelo menos me falar o que houve? O que eu fiz??? O QUE, POR DEUS? Acho isso de uma crueldade sem tamanho, ainda mais com alguém tão emocionalmente abalado como eu. Não responder em lugar nenhum, por que? Tento não pensar assim, mas acho que a culpa é toda minha, sou eu o problema. Deve ter me achado sem-graça, insuficiente. Deve estar com outro, afinal qualquer um é melhor do que eu, qualquer um.
Eu queria ser melhor, mas queria alguém pra me ajudar, não sei fazer nada sozinho. Eu estava melhorando, me sentir menos sozinho estava me levantando, era como se fosse meu remédio. Mas depois de uma semana sem contato algum, eu já estava jogado na poça em que estava novamente, me lamentando de tudo.
Ainda não entendo como tudo isso deixou de existir de repente. O mesmo sorriso que me trazia sentimentos bons agora parece rir de mim. Como todo mundo ri de mim.
Estou de volta ao poço. É como se eu tivesse conseguido escalar alguns centímetros, escorregado, e agora estou mais fundo do que antes. Não aguento mais tudo isso, to cansado.
Se o mundo tivesse acabado teria me poupado tanto. Mas não acabou, não vou ter essa misericórdia.
Noite passada fiz mais planos. Tenho quase todos os detalhes planejados, só vou esperar o momento. Não vai demorar muito.
Agora só preciso parar de pensar. Pensar tem me feito mal. Preciso agir, mudar. Preciso de forças. Preciso do fim.

http://www.youtube.com/watch?v=9mrVZHPikqM